terça-feira, 15 de julho de 2008

IDALINA DE CARVALHO

Nascida na madrugada de 30 de dezembro de 1960 na cidade de Cataguases, Minas Gerais, Idalina de Carvalho é professora, jornalista, ativista social, escritora e poeta.


Criou, em 1991, o "Metamorfose grupo de teatro", lecionou Língua Portuguesa e Redação em escolas públicas e particulares, editou (de 1995 a 2000) a "Revista de Literatura e Arte Pensaminto", trabalhou com produção de rádio em Cataguases e Juiz de Fora.


Foi coordenadora municipal de cultura na gestão 2001/2004, criou e coordenou o projeto "Culltura nos Bairros" e implantou bibliotecas em 6 bairros da cidade e um distrito da zona rural; fundou, no mesmo período, o "Grupo de Estudos Literários Affonso Romano de Sant'Anna" que levou oficinas e varais de poesia para escolas e praças de Cataguases. Promoveu o I ELALC - Encontro de Leitura da Arte e do Livro de Cataguases, reunindo cinema, artes plásticas, dança, folclore, música popular, orquestras, corais, fotografia, em lona armada na Praça Rui Barbosa, num evento de cinco dias.

Lançou, em 2001, seu primeiro livro: QUASE PECADO - poesia e prosa. Tem um livro de ficção infanto-juvenil ainda não publicado: "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes" e um de poemas: "Livro proibido".


Criou e dirige, desde 2006, o VENCER - Instituto de Valorização da Ética na Conduta e Relacionamentos, ONG que trabalha com promoção da leitura e formação ética do indivíduo.

Um poema e um miniconto da autora:

CAÇADA

A fêmea devora
a presa
com o olhar
voraz.

A fêmea ferve
o sangue
da presa
para atacar.

A fêmea penetra
o cerne do ser
que se rende
arde
queima
morre
e se refaz.


FINAL FELIZ (?)
Naquela noite cobriu-a de mimos. Foram palavras, sonhos em pinturas vazadas até sons denunciarem novo dia. Braços a puxá-la noite adentro e sussurros te amo, te amo, juras de nunca usar extremos da cama, ladainhas de protetor, querer vê-la feliz, de não merecer tal vida de sacrifícios. E beijos tantos, tantos, até lábios amolecerem de tanto vadiar. Um sentir a vida de dentro, intenso, amor de verdade daqueles de filmes de cinema.Depois casaram-se.


Saiba mais sobre Idalina de Carvalho:

www.idalinadecarvalho.xpg.com.br
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/obrasdigitais/saciedigpv/01/idacar01.php http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=35997
orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?origin=is&uid=16563743397271571485

domingo, 6 de julho de 2008

LAU SIQUEIRA



Poeta brasileiro, nascido em Jaguarão/RS, reside atualmente na Paraíba. Seu hábito de leitura vem da primeira infância. Ao ler "Os Sonhos de José", de Sérgio Antônio Raupp, comecou a imitar o protagonista. Tem 4 livros de poemas publicados: "O Comício das Veias" (Ed. Idéia-PB, 1993), "O Guardador de Sorrisos" (Ed. Trema-PB, 1998), "Sem Meias Palavras" (Ed. Idéia-PB, 2002) e "Texto Sentido" (Bagaço-PE, 2007). Tem publicados poemas na antologia "Na Virada do Século - Poesia de Invenção no Brasil" (Ed. Landy-SP).Como tantos grandes nomes de nossa literatura, Lau Siqueira nunca ganhou um grande prêmio literário, tampouco teve um livro aprovado por grandes editoras. O valor de sua poesia pode ser constatado, contudo, pelo apoio que recebe do meio literário e pelo sucesso de seus livros.




CORDAS VOCAIS


a garganta é uma represa
de tudo que não pode ser dito
sumidouro de palavras que
percorrem na boca o véu dos
insumos infinitos


um epitáfio do silêncio
e a permanência do assombro
no espelho orvalhado
das manhãs


por isso as flores acolhem
na beleza os colibris com seus
beijos azuis convertidos ao
sabor do pólen


lentamente


(da série poemas vermelhos)
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ABSTRAÇÃO


busco palavras
no escaninho
da memória
e o poema
dorme ao lado
numa pose
transitória


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SUPERLATIVO


todos os sentimentos puros
e também os impuros os putrefatos
os absurdos os putos os rútilos
e ainda aqueles que bóiam quando a
solidão afunda os olhos no mar


todos os arremedos do ar e as bolhas
que secam na margem do rio
todos os sentimentos úmidos
e ainda os que permanecem mudos
os súbitos e os argutos os bárbaros


e ainda os que não escutam
quando abusam do que chupam


todos os impulsos esquisitos
os uivos descritos n’areia
em pegadas sumidas


todos os desníveis da fome ainda
não vivida toda essa sede de infinito
tudo que embriaga os poros e rompe
o limite dos sentidos e ainda o que
navega no que parece incontido


tudo que é som e ruído
tudo isso e mais o que não digo


tudo isso é o que sinto


e finjo que não ligo


(da série poemas vermelhos)


************************************** Confira o blog do poeta: http://poesia-sim-poesia.blogspot.com
Perfil de Lau Siqueira no orkut:


Confira trabalhos do poeta em:
- Antologia "Na virada do século - poesia da invenção do Brasil" (Ed. Landy, SP). . http://www.secrel.com.br/jpoesia/lauguardador.pdf

terça-feira, 1 de julho de 2008

JOAQUIM MONCKS


Gaúcho nascido em Pelotas, no dia 29 de setembro de 1946, é oficial da Brigada Militar (reserva), advogado, ativista cultural, analista literário. Foi deputado estadual constituinte, de 1987 a 1990, criou a lei estadual (RS) que instituiu o DIA ESTADUAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Desde 1973, publicou seis livros , valendo ressaltar o OVO DE COLOMBO, 2005. Faz parte da Academia Sul - Brasileira de Letras, da Academia Literária Gaúcha, da Casa do Poeta Rio-Grandense e da Estância da Poesia Crioula. Instituiu a Academia Brigadiana de História, Artes, Ciências e Letras – ABRHACEL, em 2003. Em 2003 assumiu a Coordenação Executiva da Casa do Poeta Brasileiro - POEBRAS NACIONAL (71 sedes em 19 Estados). Em 2006 tomou posse na Academia Internacional Maçônica de Letras - AMIL, sediada em São Paulo. Integra o Grupo que publica a Revista Literária CAOSÓTICA, , é jurado em festivais de música e poesia e leciona "Poética" em Campo Grande - MS. Reside em Porto ALegre - RS.




UM POEMA DE JOAQUIM MONCKS:




A VIDA É SIMPLES




"Aqui está o pão, o vinho, a mesa, a morada;
o ofício do homem, a mulher e a vida".
Pablo Neruda.




Maria exerce a mais antiga
e mal remunerada profissão do mundo.
Lava, passa, limpa banheiro,
arruma cama, casa e jardim.
Conversa com Mila, a cadelinha,
e canta sozinha enquanto bole
no tanque e pia da cozinha.
Das comidas exalam saborosos
a doçura e o sal dos cheiros.
O amor é ingênuo pássaro noturno.
A mesma ingenuidade de Natália,
devota de carinhos, adolescência em flor.


Quando vêm tristezas e dúvidas,
ela come o rabo do Capeta com orações.
Deus bole o excremento
e sempre absolve a simplicidade.
A intimidade da casa é a pureza sem registro.


- Do livro, em elaboração, BULA DE REMÉDIO, 2004 / 2007.