sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

ELIANE PESSOA & PROLER - DOIS NOMES INDISSOCIÁVEIS




Pedagoga, contadora de histórias e já há alguns anos coordenadora do comitê do PROLER (Programa Nacional de Incentivo à Leitura) em Cataguases, Eliane foi uma de suas idealizadoras e figura de fundamental importância desde a sua fundação na cidade, há dezoito anos. Eu, Idalina de Carvalho, tive o prazer de estar presente no primeiro encontro do PROLER, no ano de 1994. Uma semana de cursos e oficinas ministrados por escritores de partes diversas do país: Bartolomeu C Queiroz, Roseana Murray, Elvira Vigna, Suzana Vargas, Luiz Antonio Aguiar, Paulo Condini, Anna Claudia Ramos, Sandra Pina, Claudio Martins. Naquele momento inicial do PROLER, as presenças mais marcantes, contudo, foram das contadoras de histórias, sempre competentes na arte de prender a atenção de seu público, trazendo emoção para as palavras antes imóveis dentro dos livros. Aparecida Valentim, Eliane Pessoa, Daniela Lacerda e Lenir Araújo Silva marcaram  aquela semana com seu talento de encantar palavras.


Durante os anos à frente do PROLER, Eliane desenvolveu diversas atividades culturais  de incentivo à leitura em Cataguases e região: contação de histórias, minicursos e palestras de sensibilização, oficinas literárias; participação em eventos culturais e feiras do livro, encontros com escritores, lançamentos de livros. Contribuiu também para a realização de projetos literários em escolas e instituições diversas, firmando parceria para arrecadação de recursos e aquisição de acervo. Enfim, o PROLER teve uma atuação eficaz, tanto na rede de ensino como na comunidade em geral, formando multiplicadores nas escolas e instituições não governamentais, como também dentro de cada núcleo familiar, através de cursos, oficinas e palestras direcionadas à comunidade de forma mais ampla. Eliane Pessoa trouxe algumas vezes o PROLER aos encontros do nosso CHÁ COM LEITURA, que acontecia nas tardes de quarta-feira, reunindo donas de casa dos bairros atendidos pelo Instituto VENCER. Foi ela também uma das responsáveis pela implementação, organização e  manutenção da nova Casa de Leitura, onde funciona a Biblioteca Municipal Ascânio Lopes, em Cataguases. 

Em dezoito anos de trabalho, cinco prefeitos passaram pela cidade, cinco secretários de educação - e ficamos felizes por perceber que cada um desses representantes do povo foi capaz de reconhecer a importância desta educadora à frente do PROLER, dado à sua grande experiência e competência - características que fazem de Eliane muito mais do que peça de um jogo político, que pode ser movida a cada mudança de governo. Quando uma cidade consegue perceber e respeitar a vivência, a capacidade e o bom nome conquistado por um profissional (no caso da Eliane, profissional não é mais a palavra que se pode aplicar: ela é mais que isso - é um nome da história viva e atual da Educação em Cataguases), quando compreende que mudar de governo não implica em romper com a história construída até então para começar de novo - quando isso acontece, entendo que temos pessoas responsáveis e capazes para gerir a nossa sociedade. E é isso que vem acontecendo no decorrer desses dezoito anos - quando uns geriram bem a cidade e outros nem tão bem assim, mas tiveram todos a percepção da importância de presentear Cataguases, deixando à frente do PROLER alguém que tem conhecimento e preparo para a continuação do trabalho que tão bem atende  os cataguasenses. Afinal, deve-se reconhecer o mérito adquirido pelo PROLER de Cataguases: é considerado um dos mais dinâmicos e ativos comitês brasileiros.
 













É muito difícil expor em tão poucas linhas a  admiração e  o respeito que tenho por esta grande educadora que é quase um ser místico que se  alimenta  das  sementes  que  lança, sementes que nutrem o gosto pela leitura.  Nesta  incomum cidade do interior de  Minas Gerais,  Eliane é um nome  que  representa  a  responsabilidade em manter  acesa  a chama da arte literária, da verdadeira arte que vem -  em  decorrência  da massificação  da  arte  -  perdendo  espaço  para  uma cultura midiática que  pretende adormecer a consciência de todos.  É  preciso  manter acordados os  mestres,  para  que  eles não  sejam omissos na tarefa de incentivar a atividade  pensante de nossas crianças e jovens. É preciso valorizar educadores que se empenham nesta tarefa - a não  ser que a  proposta  seja justamente formar cidadãos obedientes e submissos.