sexta-feira, 12 de setembro de 2008

FERNANDO AGUIAR





FERNANDO AGUIAR

Nasceu em Lisboa, em 1956. Licenciado em Design de Comunicação pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa.

Publicou 9 livros de poesia, 3 livros infantis, 4 antologias de poesia experimental portuguesa e 2 antologias de poesia visual internacional.

Foi incluído em 57 antologias de literatura contemporânea em Portugal, França, Itália, México, Canadá, Inglaterra, Iugoslávia, U.S.A., Alemanha, Suiça, Brasil, Espanha, Rússia, Hungria e Japão. Colaborou em mais de 600 jornais e revistas de arte e literatura de 38 países. Trabalhos seus foram publicados nas capas de 32 dessas revistas e na contracapa de outras 15, assim como em 4 cartazes de exposições internacionais.

Realizou 38 exposições individuais em Portugal (Lisboa, Torres Vedras, Setúbal, Amadora, Vila Franca de Xira, Porto, Sintra, Tapada das Mercês, Abrantes, Caldas da Rainha, Palmela, Idanha-a-Nova e em Odivelas), Hungria (Budapeste), México (Cidade do México), Polónia (Wroclaw, Lublin e Chelm), Itália (Milão, Spoleto e Scandiano), Espanha (Malpartida de Cáceres), Bélgica (Hasselt), Emiratos Árabes Unidos (Sharjah), e em Cuba (Havana).

Participou em cerca de 500 exposições colectivas de poesia visual, pintura, serigrafia, fotografia, e em Festivais de video, instalação e performance-arte em diversos países europeus, Brasil, U.S.A., Canadá, México, Panamá, Japão, Austrália, República Dominicana Argentina, Colômbia, Emiratos Árabes Unidos, Cuba e na China.

Desde 1983 apresentou mais de 170 intervenções e performances poéticas em Festivais, Museus e Galerias em Portugal, Espanha, França, Hungria, Itália, Canadá, Polónia, México, República Checa, Brasil, Japão, República Eslovaca, U.S.A., Alemanha, Holanda, Colômbia, Macau, Islândia, Hong Kong, Cuba, Turquia e na China, nomeadamente no Centre Georges Pompidou (Paris), Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian (Lisboa), Casa de Serralves (Porto), Tokyo Metropolitan Art Space (Tóquio), Villa delle Rose/Galleria D’Arte Moderna (Bolonha), Mexic-Arte Museum (Austin, Texas), Centro Cultural Santa Teresa (Cidade do México), Minami W. Community Cultural Center (Hiroshima), Musée D’Art Contemporain (Marselha), Metrónom (Barcelona), Cultural Centre of Almássy Tér (Budapeste), Museo Vostell Malpartida (Malpartida de Cáceres), Círculo de Bellas Artes (Madrid), Museu Nacional do Traje (Lisboa), IVAM – Institut Valencià d’Art Modern (Valencia), Beijing Tokyo Art Projects (Pequim), Hong Kong Arts Centre (Hong Kong), Reykjavík Art Museum (Reykjavíc), Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão (V.N. de Famalicão), Museu Condes Castro Guimarães (Cascais), Centre Culturel Calouste Gulbenkian (Paris), National Gallery (Praga) e também na Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, na secção “Extra 50” da 50ª Bienal de Veneza e na 8ª Bienal de Havana.

Apresentou palestras e participou em mesas-redondas em Portugal, Hungria, Polónia, Japão, Brasil e nos Emiratos Árabes Unidos, assim como na Università di Bologna (Bolonha), Faculdad de Ciencias Politicas e Sociales (Cidade do México), Filosofická Fakulta University Karlovy (Praga), Universidad Internacional de Andalucia (Huelva), Humboldt Universität (Berlim) e no Centre de Cultura Contemporània de Barcelona (Barcelona).
Organizou colectâneas de Poesia Visual Portuguesa para as seguintes revistas e jornais culturais: “JORNAL DE LETRAS, ARTES E IDEIAS” Nº 145 (Lisboa); “POSTEXTUAL” Nº 1, Cidade do México (México); “DOC(K)S” Nº 80/86, Ventabren (França); “Score” nº 10,
Oakland (U.S.A .); “ENCONTRO – Suplemento do Comércio de Porto” Nº 101, Nº 108, Nº115, Nº 122, Nº 143 e Nº 150, (Porto); “DIMENSÃO – Revista Internacional de Poesia” Nº 22, Uberaba (Brasil); “VISIBLE LANGUAGE” Vol. 27/Nº 4, Providence (U.S.A .) e “PHAYUM” Nº 10, Bernicarló (Espanha).

Organizou diversas exposições de Poesia Visual Portuguesa e Internacional em Galerias e Museus em Lisboa, Torres Vedras, Évora, Coimbra, Amadora, Setúbal, Porto, Torre de Moncorvo e em Vila Nova de Foz Côa. Co-organizou a exposição “CONCRETA. EXPERIMENTAL. VISUAL – Poesia Portuguesa 1959-1989 na Universidade de Bolonha (Itália), nas Universidades de Lyon e de Poitiers, e no Centro Cultural Português da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris (França).
Organizou a representação portuguesa na I e III Bienal Internacional de Poesia Visual y Experimental na Cidade do México, o 1º FESTIVAL INTERNACIONAL DE POESIA VIVA no Museu Municipal Dr. Santos Rocha, na Figueira da Foz e o I e II ENCONTRO NACIONAL DE INTERVENÇÃO E PERFORMANCE. Entre 1992 e 1998 organizou as “ACÇÕES URBANAS” e as “ACÇÕES & PERFORMANCES” integradas na Semana da Juventude, em Lisboa.
Entre 1996 e 1998 organizou a secção europeia da I, II e III MOSTRA EURO-AMERICANA DE POESIA VISUAL realizadas em Bento Gonçalves, no Brasil.
Em 1996 recebeu o prémio “LACONICUS” por mérito cultural, durante o IV CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA.

Exemplos da poesia de Fernando Aguiar: http://www.triplov.com/poesia/fernando_aguiar/index.htm

Fonte de pesquisa: http://www.cronopios.com.br/blogdotexto/blog.asp?id=3386, blog de Wilmar Silva.


Wilmar Silva vive no Curral Del Rey que é Belo Horizonte, onde trabalha na invenção de uma poética, exemplo em “Cachaprego”, Anome Livros, BH/MG, 2004. Performer, errante pelo mundo, fez espetáculos nos mais diferentes rincões. Selecionado para o Museu da Língua Portuguesa de São Paulo, com poemas de “Anu”, Orobó Edições, BH/MG, 2001. Participa das antologias “Antologia da Nova Poesia Brasileira”, de Olga Savary, Brasil, “A Poesia Mineira no Século XX”, de Assis Brasil, Brasil, “Fenda – 16 Poetas Vivos”, Brasil, de Anelito de Oliveira, “Oiro de Minas a nova poesia das Gerais”, de Prisca Agustoni, Portugal. Organizou a antologia “O achamento de Portugal”, Anome Livros, BH, 2004. E o catálogo/antologia “Terças Poéticas: jardins internos”, Secretaria de Estado de Cultura de MG, 2006. Fundou a Anome Livros, BH, 2002, norteada a publicação de poesia, com mais de cem autores editados. Curador do projeto de leitura, vivência e memória de poesia “Terças Poéticas”, Secretaria de Estado de Cultura de MG, parceria Suplemento Literário e Fundação Clóvis Salgado. Publicou “Estilhaços no Lago de Púrpura”, Anome Livros, BH/MG, 2006, 2ª edição 2007. Trabalha no projeto “Portuguesia: Minas entre os povos da mesma língua, antropologia de uma poética”, pesquisa de poesia escrita em língua portuguesa em todos os países de língua portuguesa. Joaquim Palmeira na internet:
http://www.cachaprego.blogspot.com/. E-mail: wilmarsilva@wilmarsilva.com.br




quinta-feira, 28 de agosto de 2008

WILMAR SILVA



Nascido nos cerrados de rio Paranaíba, interior do estado de Minas Gerais, Brasil, na noite de 30 de abril de 1965, filho dos lavradores Antônio Sezostre e Ovídia Ribeiro, Wilmar vive em Belo Horizonte desde 1986, onde trabalha com poesia.


Livros publicados:
"lágrimas & orgasmos" (1986), "águas selvagens" (1990), "dissonâncias" (1993), "moinho de flechas" (1994), "cilada" (1997), "solo de colibri" (1997), "çeiva" (1997), "pardal de rapina" (1999), "anu" (2001), "lágrimas & orgasmos" (2002 - 2ª edição), "arranjos de pássaros e flores" (2002), "cachaprego" (2004), "estilhaços no lago de púrpura" (2006).


Participação em antologias:
"Antologia da nova poesia brasileira", organização de Olga Savary;
"A poesia mineira do século XX", organização de Assis Brasil;
"fenda - 16 poetas vivos", organização de Anelito de Oliveira;
"pelada poética", organização de Mário Alex Rosa.


Prêmios:
  • Prêmio Jorge de Lima de Poesia da União Brasileira de Escritores, 1992, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Prêmio Blocos de Poesia, 1997, Rio de Janeiro, Brasil.
  • Prêmio de Poesia CentenárioCarminha Gouthier, 2003, Academia Mineira de Letras.
  • Prêmio Capital Nacional, 2005, Sociedade de Cultura Latina do Brasil, Aracaju, Sergipe.


Organizou:
  • CD "oise", projeto imaginário de vozes, 2004;
  • Antologia "O achamento de Portugal", 2005;
  • Prêmio "Aires da Mata Machado", versão 2005/2006;
  • Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, 2005;
  • Catálogo/antologia "terças poéticas: jardins internos", 2006;
Como ator, dramaturgo, performer, encenou:
  • "a serpente", 1995;
  • "vestido de noiva", 1996;
  • "cilada", 1997;
  • "pardal de rapina", 1999;
  • "desmarcado", 1999;
  • "afrorimbaudelia", 2001;
  • "cilada", 2000/2001;
  • "glaura", 2003;
  • "solo a solo", 2003/2004;
  • "poemas de corte", 2004;
  • "cachaprego", 2005/2006;
  • "subida ao paraíso", 2006;
  • "ais", 2006/2007.
Criou os vídeopoemas: "pardal de rapina", "invenção caipira", "anu", "cachaprego", cd "v".
Wilmar Silva tem poemas publicados em vários jornais e revistas do Brasil, Portugal e Itália. É curador do projeto de poesia "terças poéticas" - realização da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais através de parceria entre Suplemento Literário do Minas Gerais e Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte.
Confira poemas do livro "Estilhaços no Lago de Púrpura", de Joaquim Palmeira, seu heterônimo.


há uma redoma com um dialeto indizível em mim -
um idioma com um segredo de um cavalo no córrego,
sou este corcel/ eu um corço entre avestruz e
seriemas, sou esta ema com onze penas de pavão
/ um tupi com a miséria de um carneiro, eu
que venho trazendo uma fauna e uma flora/
eu e minha fazenda de poemas a seus pés,
unhas, joelhos, coxas, bichos-pau, paus/
subo o corpo que me escorrega, sou lívido,
um lúbrico na libido de quem diz: nao nos
mas o que faço eu com esta seiva no sangue?
***
devasso como um cavalo no pasto sem égua,
quem é você que diz calado cavalgar a noite/
e cavalgar a noite é como cavalgar os poemas
que escrevo com sangue neste lago de veneno/
é minha esta corrente de púrpura de sangue/ eu
sou esta represa onde peixes nascem da terra,
no ermo eu sou esta ave ferida de verde/ eu
caço você e caço a face e caço a alma, eu
o mesm com lágrimas e orgasmos, uma íris,
umas retinas para trazer os olhos à tona/ eu
este wilmar silva que vira cavala eu cavalo
***
Saiba mais sobre Wilmar Silva:




quinta-feira, 7 de agosto de 2008

JÚLIO POLIDORO


A POESIA DE JÚLIO POLIDORO, ou DETRÁS DA PORTA




Carlos Nejar


O poeta Júlio Polidoro, da geração de Juiz de Fora, que se constela de tantos criadores, com voz luminosa no Brasil, já tem um caminho, que "andando se fez", no dizer do universal Antonio Machado. Sua poesia guarda sotaque singular, que determina os que duram, além da vigília.


Domina todos os ritmos com a qualidade silenciosa de se deixar também guiar por eles. Porque a sombra na poesia há que ser do tamanho de sua palavra, para que o mistério se expanda. Não é um versemaker a mais, que invade e polui ou disfarça este nosso tempo que continua a ser "de homens partidos", fragmentando-se o poema, por se fragmentar a vida. É alguém que utiliza o verso e alcança a poesia, com a alavanca que move os sonhos. Não esquece jamais que o tempo é linguagem e que linguagem é tempo, com Minas da alma, seguindo tradição e ruptura, signo de identidade. Mesmo não se desligando da música, "a que aspira toda a arte", segundo Pater, cria a partitura também dissonante e atonal. Basta ler seus inventivos sonetos, alguns antológicos, para sentir que é a capacidade de Ícaro, que faz o sol mais perto. Estes versos são emblemáticos de uma poética que tenta assumir, corajosamente, a realidade, sem o véu do que esconde. É no ato de assim se esquivar, que a revela: "Não há que erguer o véu, buscar resposta / nem há o corpo longe que perdi / mas onde a porta por detrás da porta?" E o soneto que começa: "eu sei, mas por saber sei que estou parco" e finda (se é que conclui): "no gesto de perder, que não consinto, / me enleia alguma teia que não teço."


Não se perde no jogo dos vocábulos: usa o ludismo sempre buscando sentidos possíveis da raíz humana. Seu "coração ruidoso" se contém nas "astúcias" que prendem o leitor através de lapidares centelhas, atiçantes no fogo de palavras: "É a flor / que me alimenta" (...) "se a fala tem muitas e nenhuma direção" (...) "ah, eu me detive hoje, / mas meus pés seguiram" (...) "Martelo é uma ave sem destino" (...) "Oremos pela rês que se perdeu". E o irônico, pungente: "Dize, Senhor, de quantas somos, se todo o teu redil há de salvar-se.". O que está "detrás da porta" - é o silêncio que tambem sabe habitá-la, é a inquietude que se engendra, ainda que seja forma de felicidade. Possui o raro dom de inventar-se, inventando futuros leitores, que saberão quem é o seu poeta.


( Texto de orelha do livro "Outro sol", assinado por Carlos Nejar, 2004. Edições FUNALFA, Juiz de Fora, Minas Gerais).


BREVE BIOGRAFIA:
Júlio César Polidoro nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, no dia 29 de julho de 1959. Trabalha na Universidade Federal de Juiz de Fora, onde cursou Filosofia. Participou das edições que marcaram época na década de 80: Folheto Abre Alas e Revista D'Lira. Tem publicados os livros:

  • Treze poemas essenciais (1979);

  • Pequenos assaltos (1990);

  • Orla dos signos (2001);

  • Outro sol (2004).
Tem diversos trabalhos publicados em antologias do Brasil e exterior. Confira alguns poemas do seu livro "Outro sol":


construir a ordem pelo avesso
de toda formal estrutura
fomentar constante ruptura
entre o que imagina e o que teço.


uno estilhaços do arremesso:
nenhuma unidade se apura -
recolho a imagem sem figura
de um fim que assoma do começo.


assim elevo esse edifício
erguido sobre o precipício:
é falso todo qualquer lastro.
a obra que acabo não termina
eterno dia que rumina
e segue o seu próprio rastro.
(Júlio Polidoro, "Outro sol", 2004)




ADUANA
retidos com a bagagem
em cada porto ficamos


quem ruma
é aquele que perdemos


a passagem é dolo
parada
de alguém que não somos


da esquadra que avança e não parte
a aduana retém
o faz-de-conta da sorte.
(Júlio Polidoro, "Outro sol", Juiz de Fora, 2004)
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ENTRE EM CONTATO COM O AUTOR:
juliocpolidoro.vilabol.uol.com.br

terça-feira, 15 de julho de 2008

IDALINA DE CARVALHO

Nascida na madrugada de 30 de dezembro de 1960 na cidade de Cataguases, Minas Gerais, Idalina de Carvalho é professora, jornalista, ativista social, escritora e poeta.


Criou, em 1991, o "Metamorfose grupo de teatro", lecionou Língua Portuguesa e Redação em escolas públicas e particulares, editou (de 1995 a 2000) a "Revista de Literatura e Arte Pensaminto", trabalhou com produção de rádio em Cataguases e Juiz de Fora.


Foi coordenadora municipal de cultura na gestão 2001/2004, criou e coordenou o projeto "Culltura nos Bairros" e implantou bibliotecas em 6 bairros da cidade e um distrito da zona rural; fundou, no mesmo período, o "Grupo de Estudos Literários Affonso Romano de Sant'Anna" que levou oficinas e varais de poesia para escolas e praças de Cataguases. Promoveu o I ELALC - Encontro de Leitura da Arte e do Livro de Cataguases, reunindo cinema, artes plásticas, dança, folclore, música popular, orquestras, corais, fotografia, em lona armada na Praça Rui Barbosa, num evento de cinco dias.

Lançou, em 2001, seu primeiro livro: QUASE PECADO - poesia e prosa. Tem um livro de ficção infanto-juvenil ainda não publicado: "Beijar, ficar e outros verbos adolescentes" e um de poemas: "Livro proibido".


Criou e dirige, desde 2006, o VENCER - Instituto de Valorização da Ética na Conduta e Relacionamentos, ONG que trabalha com promoção da leitura e formação ética do indivíduo.

Um poema e um miniconto da autora:

CAÇADA

A fêmea devora
a presa
com o olhar
voraz.

A fêmea ferve
o sangue
da presa
para atacar.

A fêmea penetra
o cerne do ser
que se rende
arde
queima
morre
e se refaz.


FINAL FELIZ (?)
Naquela noite cobriu-a de mimos. Foram palavras, sonhos em pinturas vazadas até sons denunciarem novo dia. Braços a puxá-la noite adentro e sussurros te amo, te amo, juras de nunca usar extremos da cama, ladainhas de protetor, querer vê-la feliz, de não merecer tal vida de sacrifícios. E beijos tantos, tantos, até lábios amolecerem de tanto vadiar. Um sentir a vida de dentro, intenso, amor de verdade daqueles de filmes de cinema.Depois casaram-se.


Saiba mais sobre Idalina de Carvalho:

www.idalinadecarvalho.xpg.com.br
http://www.blocosonline.com.br/literatura/poesia/obrasdigitais/saciedigpv/01/idacar01.php http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=35997
orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?origin=is&uid=16563743397271571485

domingo, 6 de julho de 2008

LAU SIQUEIRA



Poeta brasileiro, nascido em Jaguarão/RS, reside atualmente na Paraíba. Seu hábito de leitura vem da primeira infância. Ao ler "Os Sonhos de José", de Sérgio Antônio Raupp, comecou a imitar o protagonista. Tem 4 livros de poemas publicados: "O Comício das Veias" (Ed. Idéia-PB, 1993), "O Guardador de Sorrisos" (Ed. Trema-PB, 1998), "Sem Meias Palavras" (Ed. Idéia-PB, 2002) e "Texto Sentido" (Bagaço-PE, 2007). Tem publicados poemas na antologia "Na Virada do Século - Poesia de Invenção no Brasil" (Ed. Landy-SP).Como tantos grandes nomes de nossa literatura, Lau Siqueira nunca ganhou um grande prêmio literário, tampouco teve um livro aprovado por grandes editoras. O valor de sua poesia pode ser constatado, contudo, pelo apoio que recebe do meio literário e pelo sucesso de seus livros.




CORDAS VOCAIS


a garganta é uma represa
de tudo que não pode ser dito
sumidouro de palavras que
percorrem na boca o véu dos
insumos infinitos


um epitáfio do silêncio
e a permanência do assombro
no espelho orvalhado
das manhãs


por isso as flores acolhem
na beleza os colibris com seus
beijos azuis convertidos ao
sabor do pólen


lentamente


(da série poemas vermelhos)
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ABSTRAÇÃO


busco palavras
no escaninho
da memória
e o poema
dorme ao lado
numa pose
transitória


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SUPERLATIVO


todos os sentimentos puros
e também os impuros os putrefatos
os absurdos os putos os rútilos
e ainda aqueles que bóiam quando a
solidão afunda os olhos no mar


todos os arremedos do ar e as bolhas
que secam na margem do rio
todos os sentimentos úmidos
e ainda os que permanecem mudos
os súbitos e os argutos os bárbaros


e ainda os que não escutam
quando abusam do que chupam


todos os impulsos esquisitos
os uivos descritos n’areia
em pegadas sumidas


todos os desníveis da fome ainda
não vivida toda essa sede de infinito
tudo que embriaga os poros e rompe
o limite dos sentidos e ainda o que
navega no que parece incontido


tudo que é som e ruído
tudo isso e mais o que não digo


tudo isso é o que sinto


e finjo que não ligo


(da série poemas vermelhos)


************************************** Confira o blog do poeta: http://poesia-sim-poesia.blogspot.com
Perfil de Lau Siqueira no orkut:


Confira trabalhos do poeta em:
- Antologia "Na virada do século - poesia da invenção do Brasil" (Ed. Landy, SP). . http://www.secrel.com.br/jpoesia/lauguardador.pdf

terça-feira, 1 de julho de 2008

JOAQUIM MONCKS


Gaúcho nascido em Pelotas, no dia 29 de setembro de 1946, é oficial da Brigada Militar (reserva), advogado, ativista cultural, analista literário. Foi deputado estadual constituinte, de 1987 a 1990, criou a lei estadual (RS) que instituiu o DIA ESTADUAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA. Desde 1973, publicou seis livros , valendo ressaltar o OVO DE COLOMBO, 2005. Faz parte da Academia Sul - Brasileira de Letras, da Academia Literária Gaúcha, da Casa do Poeta Rio-Grandense e da Estância da Poesia Crioula. Instituiu a Academia Brigadiana de História, Artes, Ciências e Letras – ABRHACEL, em 2003. Em 2003 assumiu a Coordenação Executiva da Casa do Poeta Brasileiro - POEBRAS NACIONAL (71 sedes em 19 Estados). Em 2006 tomou posse na Academia Internacional Maçônica de Letras - AMIL, sediada em São Paulo. Integra o Grupo que publica a Revista Literária CAOSÓTICA, , é jurado em festivais de música e poesia e leciona "Poética" em Campo Grande - MS. Reside em Porto ALegre - RS.




UM POEMA DE JOAQUIM MONCKS:




A VIDA É SIMPLES




"Aqui está o pão, o vinho, a mesa, a morada;
o ofício do homem, a mulher e a vida".
Pablo Neruda.




Maria exerce a mais antiga
e mal remunerada profissão do mundo.
Lava, passa, limpa banheiro,
arruma cama, casa e jardim.
Conversa com Mila, a cadelinha,
e canta sozinha enquanto bole
no tanque e pia da cozinha.
Das comidas exalam saborosos
a doçura e o sal dos cheiros.
O amor é ingênuo pássaro noturno.
A mesma ingenuidade de Natália,
devota de carinhos, adolescência em flor.


Quando vêm tristezas e dúvidas,
ela come o rabo do Capeta com orações.
Deus bole o excremento
e sempre absolve a simplicidade.
A intimidade da casa é a pureza sem registro.


- Do livro, em elaboração, BULA DE REMÉDIO, 2004 / 2007.




segunda-feira, 23 de junho de 2008

EDIVAL PERRINI


Nascido em Curitiba - PR, em 23 de outubro de 1948, Edival Antonio Lessnau Perrini é um poeta que contribui significativamente para a efervescência literária do sul do país, presenteando a poesia brasileira com seu estilo conciso e seguro. Formado Médico pela Universidade Federal do Paraná, em 1973, especializou-se Psiquiatra pela Associação Brasileira de Psiquiatria e Psicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. Com Cleuza, tem uma história de vida, três filhos- Luciana, Rodrigo e Cláudio- e uma neta, Giovanna. Criou e participa do grupo Encontrovérsia, de estudo e crítica literária, desde 1980.
LIVROS PUBLICADOS: ENTRE SEM BATER, poemas e crônicas, Ed. Rosário / Feira Intercolegial Estudantil do livro,Curitiba PR, 1972. POEMAS DO AMOR PRESENTE, poemas, Ed. Beija-Flor, Curitiba PR, 1980. OLHOS DE QUITANDA, poemas, Ed. do Autor, Curitiba PR, 1986. POMAR DE ÁGUAS, poemas, Ed. Kugler Artes Gráficas, Curitiba PR, 1993. ARMAZÉM DE ECOS E ACHADOS, poemas, Ed. do Autor, Curitiba PR, 2001. FANDANGO DO PARANÁ: OLHARES, prosa sobre fotos de Carlos Roberto Zanello de Aguiar, Ed. Optagraf, Curitiba, PR, 2005.


Confira alguns poemas deste grande poeta contemporâneo:


A SETA E O ALVO


Lavar o rosto das manhãs
e esperar o sol
de um dia sem máscaras.


Abrir-se em tato,
respirar o que sobrou da noite:
desenhar um caminho.


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VÉRTICE


Homem em pé sobre a canoa
pesca a manhã de cada dia,
noventa graus de poesia.


(in Pomar de Águas)


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No olhar curioso do aprendiz,
o potencial da semente.
Na habilidade do mestre que ensina,
a esperança do semeador.


(in Poemas do Amor Presente)


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RUSH


Buzinas espalham pardais
no ocaso congestionado:
é caco de pio pra tudo que é lado


(in Traços do Ofício)


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domingo, 15 de junho de 2008

JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO

Poeta homenageado do mês de março no "Tomando chá com um poeta", José Inácio Vieira de Melo nasceu em Olho d’Água do Pai Mané, povoado do município de Dois Riachos, Alagoas, em 16 de abril de 1968. Está radicado na Bahia desde 1988. Poeta, jornalista (UFBA) e mestrando em Literatura (UEFS), é co-editor da revista de arte, crítica e literatura Iararana e colunista da revista Cronópios. Publicou os livros Códigos do Silêncio (2000), Decifração de Abismos (2002), A Terceira Romaria (2005) e A infância do Centauro (2007). Organizou Concerto lírico a quinze vozes – Uma coletânea de novos poetas da Bahia (2004). Sua poesia tem sido destacada por nomes importantes da literatura brasileira contemporânea, como Gerardo Mello Mourão, Lêdo Ivo, Ruy Espinheira Filho e Moacyr Scliar, que afirma: “Teu caminho é grandioso, José Inácio. Tens um indiscutível, notável talento poético, um talento que faz de ti uma das grandes vozes da nova poesia brasileira”.

Participe de sua comunidade:
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=11984666

O poema abaixo tem sido um dos mais comentados nos encontros das manhãs de sábado do CHÁ COM LEITURA na praça:


GÊNESE


Sabe, moça da encruzilhada,
quando te encontrei foi um assombro.
Tu trazias estampada no semblante
a indagação que me acompanha.
O mais espantoso é que também
eras a resposta que sempre busquei.

Não aquela resposta exata, matemática.
A verdade que tua chegada me trouxe
foi a das abelhas zunindo no romper da aurora
em busca do mel das flores das algarobeiras,
foi a dos cavalos galopando na boca da noite
sonhando com touceiras de capim e éguas luzidias.

Ah, moça, tu estás no centro da Rosa dos Ventos,
pra onde deres o passo é caminho o que há.
A gente olha pra cima e não vê limite
:é tudo um azulão que não acaba mais.
Mas basta dar meio-dia, o limite aparece,
e não é longe não: bem na boca do estômago.

Sabe, vou te dar um chapéu do tamanho do céu,
que é pra te proteger dos devaneios solares
e pra que todos te percebam e apontem para ti:
“olha lá a moça que sombreia o mundo”.
E todos vão te olhar e todos vão te aplaudir
e o arco-íris vai ficar preto-e-branco de inveja.

Aí, um passarinho desses bem miudinhos
que trazem uma sanfona de cento e vinte no peito,
vai aparecer e assobiar uma cantiga doce:
e a gente, espiando bem dentro dos olhos,
começa a sentir um monte de estrelas pipocar:
É isso, quanto te encontrei, nasci.


José Inácio Vieira de Melo

wwww.jivmcavaleirodefogo.blogspot.com